BOM DIA, BELEZA!
Há uma catedral de anjos
Dentro dessa alma nua de Afrodite,
Ou de Héstia,
Demeter, Minerva ou Perséfone/Coré,
Mãos que nos falam duma brancura grega
Antiga, sem idade.
Irrompes do silêncio frio da espuma do mar
E vens abraçar-nos à entrada.
Aqui inicia-se a grande travessia,
Promessa de Beleza no meio de nós.
Sorriso de águia, de ave ligeira
Salto obscuro na temporalidade
Atravessas-nos e dóis
As nossas fragilidades doces pastosas.
Vem ensinar-nos o rude caminho
Que à casa dos deuses conduz!
Em ti há frutos rosados
E perfume de flor selvagem insuspeita
Acima de tudo és a mão do sonho,
A perfeição do Sol,
O combate da Palavra,
O cumprimento que nos
Abre, divina,
Devagar e a todos
A porta da nossa mortalidade.
(a uma estátua grega que habita, desde alguns dias, o hall da EASR)
OUTONO de 2009. José Melo