Nem é preciso convocar o Coro Trágico de Bacantes e das Ménades,
Para celebrar, ao som de mil danças juvenis, às cintilações alegres,
A chegada de Perséfone pela mão de sua mãe Deméter, viva e fera!
Vivamos a renovação de todos os sentidos,
Na cadência de uma nova madrugada.
Estamos na hora da flor, da poesia, da cor e do beijo!
A sensualidade desceu à terra e despenteou-nos os cabelos:
Já não estamos em idade de sermos velhos,
Mas de cantarmos, de cheirarmos o azul,
De prendermos o mar, para sempre, aos nossos sonhos,
Pintando neles gaivotas e música com ritmos novos!
Porque a vida faz-se do Amor, numa urgência oficinal,
Cumprindo o eterno mandamento do Fogo,
Seguindo o velho desígnio de Prometeu agrilhoado;
Subamos hoje à montanha onde cresce a árvore frondosa
Da Poesia, essa coisa alegre que nos faz gente!
JOSÉ MELO – 21 /03/06.
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